domingo, 18 de outubro de 2009

NOTÍCIAS - Câmara de Évora prepara Carta Arqueológica para o Concelho

O valioso legado arqueológico existente no concelho de Évora é tema de uma exposição patente ao público no edifício dos Paços do Concelho (Câmara Municipal), que pretende mostrar, embora ainda numa fase embrionária, aquela que será a futura Carta Arqueológica de Évora (CAE).
Procura-se nesta mostra, disponível para visita até ao final do mês de Outubro, dar a conhecer os resultados da primeira fase dos trabalhos de prospecção arqueológica que, neste contexto, conduziram à identificação de cerca de meio milhar de novos sítios arqueológicos, dos mais variados tipos, cronologias e implantações.
Refira-se que o território concelhio conta, actualmente, com o maior número de sítios arqueológicos conhecido em Portugal. A sua extensa base de dados, com cerca de 2200 registos, assume-se como uma ferramenta fundamental para uma gestão moderna e consciente do território e para a salvaguarda do seu património arqueológico.
Constitui, simultaneamente, um valioso recurso para o conhecimento, valorização e promoção cultural, científica e turística de uma paisagem arqueológica que é, em termos peninsulares, excepcionalmente rica e diversa.
Este território, onde se incluem monumentos como o recinto megalítico dos Almendres (o maior e mais complexo do seu género na Península Ibérica) ou a Anta Grande do Zambujeiro (o mais alto dólmen do mundo) tem-se vindo a tornar, ao longo das duas últimas décadas, num dos principais pólos de atracção no Alentejo Central, tanto para a investigação arqueológica como para um crescente, e não negligenciável, fluxo turístico-cultural, nacional e internacional.
O reconhecimento do papel estruturante do património arqueológico como recurso, tanto para o reforço da identidade local e regional, como para a dinamização do tecido sócio-económico eborense, sobretudo o rural, implica, desde logo, a elaboração e publicação da CAE.
Este trabalho deve, em primeiro lugar, conduzir a um conhecimento sólido do território e do seu potencial arqueológico que permita, de seguida, disponibilizar a um público alargado e não especializado, um guia para o conhecimento e fruição das suas paisagens culturais.
Por outro lado, a CAE deve constituir um contributo fundamental para a preservação do património arqueológico, ameaçado frequentemente por agressões silenciosas, radicadas, na maior parte das vezes, na ignorância de quem as pratica.
A Câmara Municipal de Évora, através do Departamento do Centro Histórico, Património e Cultura (DCHPC), tem vindo a desenvolver, desde Julho de 2008, o projecto de elaboração da Carta Arqueológica do concelho de Évora.