quinta-feira, 15 de abril de 2010

EDITORIAL

Os escravos encapotados

Muito embora duma forma mais ou menos camuflada, o certo é que, neste início do século XXI, existem muitos mais escravos do que alguma vez existiram na história universal, pois, raras são as excepções em que se encontram pessoas realmente livres, já que, uns, duma forma, alguns, até por opção própria encoberta com uma capa chamada poder, ou ganância, ou, até, simplesmente por uma vaidade, fátua e inútil, aliás, como são todas. Mas, se pensarmos um pouco, e a começar em cada um de nós, o certo é que não passamos de escravos, escravos duma série de preconceitos e ou necessidades por nós próprios criadas, ou, se quisermos fugir às nossas próprias responsabilidades dos factos, dizemos que a “culpa” é da sociedade (desde quando é que a dita sociedade está desligada dos elementos que a compõem?). Também é certo que existem vários graus e níveis de escravatura, mas, tal também sempre aconteceu, pois sempre existiram preços, muitos variados, para cada tipo de escravidão, uns vendem-se por três vinténs, outros por muitos milhões, mas, tanto uns como outros, não deixamos de ser escravos encapotados.