quinta-feira, 15 de abril de 2010

DESTAQUES

Encontros no Alto da Praça
O tempo dos “carolas” já lá vai

Edgar Manuel Varjola Liliu, Presidente da Junta de Freguesia de Rio de Moinhos desde Outubro passado, é natural e residente em Santiago Rio de Moinhos, Borba.
Com 44 anos, Edgar Liliu é o mais jovem Presidente de Junta em funções no concelho de Borba. Há frente da segunda maior freguesia do concelho, recentemente acolheu mais uma Feira do Queijo, evento considerado por muitos como o melhor de sempre. No balanço deste evento, o autarca de Rio de Moinhos destacou o contributo que todos tiveram para o “sucesso” da Feira.
Dotar a freguesia de infra-estruturas dignas, asfaltar os principais acessos e, sobretudo, resolver a questão do tratamento dos resíduos das queijarias e da ETAR de Rio de Moinhos, são preocupações deste autarca. Preocupado ainda com o actual momento das Associações da freguesia, deposita total confiança nos jovens e acredita que será deles o futuro.
No futuro, imagina Rio de Moinhos como uma “Nova Vila” com boas condições de vida, paz e que desperte alegria nos seus residentes.

Alguns dias após mais uma Feira do Queijo qual o balanço que se pode fazer de um certame que se vem afirmando, anos após ano, e que distingue o que de melhor se produz em Rio de Moinhos?
É sem sombra de dúvidas um balanço bastante positivo. Foi um certame que muito nos honrou e que teve a visita, atrevo-me a dizer, de milhares de pessoas durante os três dias do certame. A aposta num novo local, a criação de um espaço mais amplo e sobretudo uma boa programação foram sem dúvida uma aposta ganha. Está por isso de parabéns a organização do evento. Gostaria de deixar aqui uma palavra de apreço a todos os que participaram neste evento e em especial às queijarias, artesanato, tasquinhas e restantes stands envolvidos, que muito contribuíram para o sucesso alcançado.

A ideia com que fiquei é que o mercado Espanhol é um alvo bastante apetecido. Prova disso mesmo o facto de o primeiro dia de Feira ter contado com a actuação de grupos de Sevilhanas. Confirma-se essa aposta em “nuestros hermanos”?
Confirma-se e é para continuar. Mas não foi só no primeiro dia que “nuestros hermanos” nos deram a honra da sua visita, pois durante todo o certame tivemos a presença de muitos, o que nos satisfaz bastante. Por tudo isto penso que devemos continuar e reforçar a aposta no mercado Espanhol, uma vez que não vêem só em passeio, mas também para consumir.

A instalação definitiva em espaço próprio é uma aspiração de há muito e que está prestes a ser concretizada. O próximo ano será o da afirmação deste certame?
Esperemos que sim. Como sabem a Feira do Queijo tem sido constantemente mudada de sítio. Embora este ano o local tenha sido excelente, não há nada melhor que um local próprio para a realização deste e outros eventos que se possam realizar na Freguesia.

É incontornável, não se pode falar de queijos sem falar dos resíduos. Como está a questão do tratamento dos resíduos das diferentes queijarias espalhadas pela freguesia?
Aqui é que está o grande problema da Freguesia. É uma situação de extrema delicadeza, com a qual a Junta de Freguesia está muito preocupada, mas também empenhada em ajudar naquilo que lhe for possível, para que entre todos tentarmos resolver da melhor forma esse grande problema. Por um lado a Câmara não tem capacidade financeira para suportar uma ETAR que consiga albergar ao mesmo tempo os resíduos industriais com os restantes resíduos da população. Por outro lado também entendo que os industriais do queijo passam por dificuldades e não podem sozinhos suportar tão grande investimento.
Talvez, se há doze anos atrás, quando obrigaram as queijarias a fazer grandes investimentos na sua remodelação tivesse sido feita uma zona industrial o problema fosse resolvido. Mas isto é apenas uma suposição minha.
Estou convicto que com a dedicação de todos, possa-mos ultrapassar mais esta “guerra”, até porque vai haver em breve mais uma reunião entre as partes envolvidas, onde esperamos que daí já saía algum ”fumo branco”.

A expressão “Consolidar a obra já realizada” foi retirada do programa eleitoral do PS, mas consultando os programas eleitorais das outras forças concorrentes verifica-se que ainda há muito para fazer. Existem condições para reivindicar mais, ou este mandato será efectivamente para consolidar a obra feita?
As reivindicações nunca são de mais e esta Junta de Freguesia está cá não só para consolidar a obra feita, mas essencialmente para reivindicar mais e melhor para a nossa Freguesia.

As acessibilidades são sempre uma das maiores preocupações do poder local. Num passado recente Rio de Moinhos ficou “mais perto” da sede de concelho, porém há ainda a estrada do Alfaval por asfaltar, estrada que colocará a freguesia “mais perto” para quem vem do Sul. É uma intervenção que está programada para o actual mandato?
Não é só a estrada do Alfaval que está por asfaltar. Por exemplo a estrada que liga Santiago às Carvalhas também precisa ser arranjada, assim como, a estrada que liga Borba á salgada que está em muito más condições. Nós Junta de Freguesia muito gostaríamos que nelas houvesse intervenção neste mandato e para isso vamos lutar, mas como todos sabemos cabe à Câmara Municipal essa intervenção ou não.

A recente elevação de Borba à categoria de Cidade, recolocou a questão da elevação de Rio de Moinhos à categoria de Vila em cima da mesa. Esta é mais uma aspiração dos residentes, mas será possível? Já foi feito algo nesse sentido?
Não digo que não seja uma aspiração dos residentes, mas na minha opinião pessoal, penso que não estão reunidas ainda as condições necessárias para se avançar nesse sentido. É uma possibilidade sobre a qual ainda não foi feita qualquer diligência.

Esta é a segunda maior freguesia do concelho de Borba. Nora, Barro Branco, Ribeira são outras localidades que fazem parte desta freguesia. Quais têm sido as intervenções mais significativas nesses lugares, e o que está previsto a curto prazo?
Até agora, as intervenções não têm sido muito significativas. Apenas trabalhos de limpeza, até porque de momento a Junta de Freguesia não tem capacidades financeiras para muito mais. No entanto pensamos em algumas intervenções a realizar talvez no próximo ano.

Ainda na área desta freguesia encontramos um espaço turístico de eleição, Aldeia de São Gregório, espaço que colocou Rio de Moinhos na “rota” do Turismo. Como está actualmente este espaço?
É com muita pena minha que vejo um espaço tão bonito e acolhedor como é a Aldeia de S. Gregório parado. Um espaço em que não há muito tempo atrás, estava cheio de vida, que acolhia muitos turistas, o que de alguma forma contribuía para a riqueza da nossa Freguesia e agora, por razões que nos ultrapassam, está “morto”.

Desde sempre ligado ao associativismo, nomeadamente pela participação como atleta e dirigente do GDC Rio de Moinhos, como vês o actual momento das associações da freguesia assim como a participação dos jovens na “vida” da freguesia?
O actual momento das associações não é lá muito famoso. Umas porque são associações só de nome, outras porque as pessoas que delas fazem parte, começam a ficar cansadas de tanto dar e nada receber, outras porque não têm sede própria etc. etc. Mas, enfim, algumas lá vão fazendo pela vida mesmo com dificuldades e a Junta de Freguesia está cá para ajudar naquilo que poder. Mas não está fácil, até porque o tempo dos “carolas” já lá vai.
Quanto aos jovens já se vê alguma participação e dou como exemplo a nossa lista de candidatos à Assembleia de Freguesia nas últimas eleições autárquicas, o que muito me honra. No entanto, penso que devem participar mais, levantar a voz e dizer “estamos cá”, porque é nos jovens que temos que apostar, é nos jovens que temos que acreditar, porque serão eles o futuro da nossa Freguesia, do nosso Concelho, do nosso Distrito e do nosso País.

Para finalizar, consegues imaginar Rio de Moinhos em 2020?
Imaginar Rio de Moinhos daqui a dez anos não é fácil. Mas gostava de um Rio de Moinhos com infra-estruturas dignas de uma “Nova Vila”, onde houvesse boas condições de vida, onde houvesse paz e acima de tudo onde houvesse alegria por viver em Rio de Moinhos.

António Spínola homenageado em Estremoz

O marechal António de Spínola, o primeiro Presidente da República depois do 25 de Abril, foi homenageado na passada terça-feira, em Estremoz, sua terra natal, quando se assinalou o centenário do seu nascimento.
A cerimónia, presidida pelo chefe do Estado Maior do Exército (CEME), general Pinto Ramalho, esteve a cargo do Regimento de Cavalaria 3 (RC3), aquartelado na cidade, em parceria com a Câmara Municipal de Estremoz.
O programa, incluiu a cerimónia militar, que decorreu pelas 11:30, no Largo Dragões de Olivença, no centro da cidade, junto da população civil.
Seguiu-se o descerramento de uma lápide alusiva ao centenário, na casa onde nasceu o marechal António de Spínola, na Rua Serpa Pinto. E ás 12:30 foi inaugurada a exposição alusiva à vida do marechal Spínola, no Palácio Reynold´s (RC3).
A homenagem, segundo o gabinete do CEME, pretendeu assinalar o centenário do nascimento, em Estremoz, do marechal António de Spínola, o comandante da primeira unidade de Escalão Batalhão mobilizada no RC3 para a “Guerra do Ultramar”, o Batalhão de Cavalaria 345.
O evento pretendeu também “lembrar o grande militar que foi o marechal Spínola, durante o tempo em que serviu a Cavalaria, o Exército e as Forças Armadas”.
António de Spínola vai também ser homenageado em Lisboa, no domingo, às 11:00, dia do centenário do seu nascimento, numa cerimónia presidida pelo Presidente da República, Cavaco Silva, e na qual será descerrada a placa toponímica que dará o seu nome a uma nova avenida da capital.
Na homenagem, que é da iniciativa do presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, são esperadas as presenças de antigos chefes de Estado e de chefias militares.
O marechal António Sebastião Ribeiro de Spínola, militar e político, nasceu em Estremoz, na freguesia de Santo André, a 11 de abril de 1910, no ano da Implantação da República, e faleceu em Lisboa a 13 de agosto de 1996.
Em 1981 foi distinguido com o título de marechal, a mais alta patente militar.